Jovem cria consultoria que ajuda pequenas empresas a sobreviver no Brasil

Micro e pequenas empresas representam 27% do PIB brasileiro e empregam mais da metade da força de trabalho formal do país, segundo dados divulgados pelo Sebrae. Ainda assim, muitas lutam para sobreviver: seis em cada dez fecham as portas antes de completar cinco anos. O motivo mais comum é a ausência de planejamento financeiro, marketing precário e gestão improvisada.  É nesse ponto vulnerável da economia que surge uma resposta improvável — e precoce. Enquanto a maioria dos adolescentes ainda pensava apenas em diversão, Edson Urubatan Filho fundava a EDLEV Consulting, uma empresa voltada justamente a quem mais sente falta de apoio: os pequenos negócios.

Hoje, o jovem que vive nos Estados Unidos e estuda na tradicional Montverde Academy (Flórida) lança também o livro Spark – Acenda sua chama de Empreendedor, no qual reúne os pilares que orientam sua visão de negócios e sua consultoria: aconselhamento, constância, estratégia, propósito e fé.  “Empreender não começa com um CNPJ, não começa com um investidor, nem com um grande plano. Empreender começa dentro. Começa com uma inquietação, uma ideia, uma dor ou uma paixão”, escreve o autor.

Uma consultoria fora da curva

Enquanto as grandes firmas de consultoria miram empresas que faturam acima de R$ 50 milhões por ano, a EDLEV faz o caminho inverso. Seu público-alvo são empreendedores com faturamento abaixo de R$ 20 milhões, profissionais liberais e pré-empreendedores que ainda estão estruturando suas ideias e precisam de base em gestão, marketing e planejamento financeiro. A proposta é democratizar o acesso a soluções corporativas e entregar, em linguagem acessível, o tipo de orientação estratégica normalmente restrita às grandes companhias.

O cenário em que ele atua também está em transformação. O empreendedorismo jovem avança no país: segundo levantamento do Sebrae, o número de brasileiros de 18 a 29 anos à frente de um negócio cresceu 23% na última década, alcançando 4,9 milhões de pessoas. Edson desafia ainda mais as estatísticas, porque já lidera uma empresa voltada a ajudar justamente esse público: jovens e pequenos empreendedores que desejam sair da informalidade e profissionalizar seus projetos.

Ação sem método é energia jogada no lixo

A metodologia da EDLEV reflete exatamente o conteúdo do Spark. Edson propõe que cada negócio desenhe o próprio “mapa estratégico”, uma ferramenta simples, mas poderosa, para transformar visão em ação. Ele descreve a importância de alinhar missão, valores e metas operacionais: “Devemos compreender desde a visão de nosso possível empreendimento até as tarefas imediatas que vão ser realizadas e, assim, começar a destravar nosso olhar estratégico.”

Para o jovem empreendedor, agir sem método é desperdiçar energia. “Agir sem estratégia é como entrar em uma batalha com as melhores armas, mas sem saber para onde mirar”, escreve. No livro, ele cita Sun Tzu para ilustrar o raciocínio, “no meio do caos, também há oportunidade”, e associa o pensamento milenar à realidade contemporânea dos negócios.

O autor também aborda o papel ético do empreendedor moderno. Para ele, estratégia e propósito caminham juntos: “Uma estratégia bem-sucedida não visa apenas ao lucro, mas também ao bem-estar dos clientes, parceiros e colaboradores.” A longevidade, segundo Edson, nasce do equilíbrio entre resultado e responsabilidade. Essa perspectiva ética orienta também o funcionamento da EDLEV, que busca não apenas estruturar negócios, mas preparar empreendedores para crescer com coerência e visão de longo prazo.

Bibliografia

Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Micro e pequenas empresas respondem por 27% do PIB nacional e empregam mais da metade da força de trabalho formal. Agência Sebrae de Notícias, 2024.

Sebrae / IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Número de jovens empreendedores cresce 23% na última década e chega a 4,9 milhões no Brasil. Agência Sebrae de Notícias, 2024.

Sebrae – Estudo sobre mortalidade empresarial.  Seis em cada dez micro e pequenas empresas fecham antes de completar cinco anos. Sebrae, 2023.